Artists: Ana Maria Tavares, Valeska Soares, Laura Vinci, Rosangela Rennó, León Ferrari, Marcelo Silveira, Milton Marques, Jorge Menna Barreto, Emmanuel Nassar, Eliane Prolik, Oswaldo Goeldi, Maciej Babinski, Hudinilson Jr., Nazareth Pacheco, Farnese de Andrade, Leonilson, Amilcar de Castro, Mira Schendel, David Ireland, Mabe Bethônico, Rodrigo Andrade, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Marcius Galan, Hércules Barsotti, Antonio Manuel, Caetano de Almeida, Waltercio Caldas, Marcos Chaves, Nelson Leirner, Regina Silveira, Marcelo Moscheta, Ricardo Basbaum e Shirley Paes Leme.
Afetividades Eletivas
December 2, 2014 – March 1, 2015
Centro Cultural Minas Tênis Clube
Belo Horizonte, Brazil
A mostra conta com 150 trabalhos – pintura, escultura, gravura, desenho, fotografia, vídeo e registros de performance –, de cerca de 100 artistas nacionais e estrangeiros. Realizadas nos últimos 40 anos, essas obras permitem tanto a discussão sobre o colecionismo quanto sobre os questionamentos suscitados pela arte contemporânea. “Sempre me interessei por novas tendências e por uma arte que problematizasse sua própria constituição enquanto arte”, ressalta Luiz, que começou sua coleção enquanto ainda era estudante de Engenharia da UFMG.
Com curadoria de Margarida Sant’Anna e do próprio Luiz Sérgio Arantes, o fio condutor da exposição, que será aberta ao público no dia 3 de dezembro, é a relação afetiva do colecionador com suas obras e com as obras dos vários artistas presentes, algumas representadas com trabalhos experimentais, obras ofertadas como gesto de amizade, outras cuidadosamente garimpadas em galerias e leilões, e que, pouco a pouco, eletivamente, foram encontrando seu lugar no conjunto, como que regidas por uma lógica intuitiva.
As obras estão agrupadas em núcleos, tendo em vista o valor intrínseco de cada uma delas e as ideias que determinadas relações permitem discutir: o emprego da letra, da palavra ou da caligrafia como elemento visível constitutivo; o corpo como suporte em diferentes operações artísticas; o espaço questionado pela arte, seja como representação, seja como campo, lugar da experiência; e a arte como questão da arte, na relação com a sua história, com o mercado e com o próprio colecionismo.
Nesses possíveis diálogos, ficam evidenciadas as questões que atravessam o imaginário contemporâneo, a partir do contexto cultural em que as obras foram produzidas. Os núcleos, entretanto, remetem-se uns aos outros, estimulando leituras transversais.
Para a arte contemporânea, o espaço da galeria deixa de ser apenas um lugar de apresentação para se tornar parte integrante da obra. E, nesse espaço, o espectador passa a ser participante e construtor da obra com o seu olhar.
Tendo uma única coleção como campo para possíveis recortes, é inevitável que se busque estabelecer o perfil desse conjunto, a procedência das obras, de que maneira cada peça foi sendo incorporada ao conjunto. São essas circunstâncias que ajudam a dar sentido ao todo e a delinear nexos entre os seus diversos segmentos. Elas revelam a personalidade do colecionador, mas, ao mesmo tempo, falam, de maneira muito particular, do movimento cultural do período em que as peças foram sendo incorporadas e em que medida o ambiente cultural pauta os caminhos da subjetividade na constituição de uma coleção.
Uma circunstância, em especial, favoreceu a formação dessa coleção, num momento anterior à proliferação das galerias, dos leilões e das feiras de arte: a associação aos Clubes de Colecionadores de Gravura e de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Com curadorias atentas, esses Clubes têm esgarçado as fronteiras da arte, empurrando cada vez mais longe seus limites, problematizando, enfim, sua própria constituição enquanto arte. E essa tem sido uma questão fundamental para a arte contemporânea.
Outro fator, não menos importante, é o interesse pelos artistas mineiros desde o tempo em que o colecionador frequentava a Faculdade de Engenharia, na Universidade Federal de Minas Gerais. Três gerações de artistas estão contempladas na coleção, tendo como figura central Amilcar de Castro, representado com cinco obras na exposição. Amigos e contemporâneos do artista, seus alunos e uma geração mais jovens, constituída de artistas com menos de 30 anos, também figuram no conjunto exposto.