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Artists:  Chris Coleman, Donato Sansone, Henrique Roscoe (VJ 1mpar), Hugo Arcier, Lucas Bambozzi, Luiz duVa, Matheus Leston, Mike Pelletier, Rick Silva, Ricardo Carioba, Richard Garet, Ryoichi Kurokawa, Santiago Ortiz, Semiconductor, Susi Sie, Transforma.

Adrenalina -a imagem em movimento no século XXI
Curator: Fernando Velazquez
March 14 – May 5, 2015
RedBull Station
Sao Paulo, Brazil

A adrenalina é um hormônio neurotransmissor que é descarregado no corpo em situações que demandam uma rápida resposta em termos cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Ela aguça os sentidos e aumenta a capacidade do cérebro de processar informações, com o objetivo de reestabelecer o equilíbrio entre o ser e o meio.

Esta exposição apresenta um recorte do audiovisual nos dias de hoje, em que vivemos anestesiados pela imagem. Emprestar, no título da mostra, o nome desta substância é um modo de sugerir que ainda podemos ser desafiados e surpreendidos por imagens. 

Os trabalhos apresentados têm em comum a utilização de programação algorítmica e de artifícios generativos, ou seja, se utilizam de sistemas ou regras que permitem o aparecimento de soluções imprevistas. São obras que exploram os recursos narrativos e de linguagem do chamado tempo real, estratégia alternativa à edição convencional de natureza aristotélica.

O interessante neste conjunto de obras está na forma particular de olhar a realidade, as coisas e as pessoas, revelando estruturas e qualidades visíveis e invisíveis a partir de perspectivas que nos solicitam condicionamentos cognitivos específicos, além da abertura ao diálogo com imaginários pouco conhecidos.

Como nos lembra Steve Dietz, todo novo meio penetra as camadas da cultura deixando um legado estrutural de base. O novo meio da fotografia trouxe um outro entendimento da estética da pintura e contribuiu para consolidar culturalmente a conjunção tempo-espaço. O novo meio do vídeo traz uma nova compreensão da estética do cinema, e junto com a TV estabelece o assimilação da ideia de tempo real. O novo meio digital muda o entendimento da arte no sentido que desloca o interesse do comportamento da forma, para a forma dos comportamentos, destacando a potência da interatividade e dos comportamentos em rede. Dos campos eletromagnéticos que nos atravessam em tempo integral (e cujo real efeito sobre o nosso corpo ainda desconhecemos), ao corpo de dados que nos conforma (possível de ser processado e manipulado por algoritmos autônomos), vivemos tempos de reconfigurações sutis da ética, da estética, da política e do território – tópicos sobre os quais propomos refletir a partir deste heterogêneo grupo de obras.

Apoio: SONY

Image: Ricardo Carioba, Abra, 2009, still.